A digitalização dos livros antigos e mesmo de livros anteriores à produção em suporte informático do texto é um dos passos fundamentais para a institucionalização dos e-books e à própria preservação e acesso aos conteúdos. Como fazer? A biblioteca de Alexandria ganhou a sua preponderância ao ter direito a copiar todos os textos que chegassem a Alexandria nos barcos dos mercadores.
Na Roma clássica os escravos amanuenses (do latim amanuensis, da expressão latina "ab manu" - à mão)
A Europa medieval fez surgir um modelo de oficinas de copistas em grandes bibliotecas em mosteiros e assente na cópia manual: os monges copistas produziram cópias do saber enciclopédico, permitindo-se embelezar o texto ao gosto da carteira do destinatário mas também a escrever com abreviaturas pois o tempo era tudo. os Os erros em cópias eram dramáticos e os estudiosos da época apreciam cada um destes detalhes pois muitas vezes levaram a interpretações diferentes do texto. Claro que nas universidades o sistema foi ideal para estudantes com baixos rendimentos, os sucessores dos monges.
O século XV de Gutenberg trouxe a mecanização à cópia, e a imprensa dominou os séculos seguintes. O preço desceu mas a edição continuou cara. A sorte é que poucos sabiam ler!Certo que existiam alguns sistemas de impressão baratos, embora de má qualidade... e nas universidades nasceram as Sebentas!
Em 1938 Chester Carlson inventa a fotocopiadora eléctrica que utiliza um processo que será baptizado de xerografia pela Xerox (uma página... 45 segundos!). As fotocopiadoras do século XX disponibilizaram um processo barato mas de baixa qualidade, para além de serem destrutivas do próprio original... e obrigavam a utilizar mais papel.
E mais uma vez as fotocópias foram a salvação dos universitários que assim puderam estudar fora das bibliotecas e validar um novo conceito: massificação do ensino.
Os scanners de computador vieram trazer a independência face ao papel mas eram lentos e com baixos resultados em livros que sempre apresentam uma curvatura no centro. E virar folhas?! Em termos práticos não foram de grande utilidade para a digitalização.
Digitalizar livros que não foram feitos para facilitar essa tarefa, livros com tamanhos e formatos diferentes, com curvaturas ao abrir, livros frágeis e com papel de cores amareladas parece uma tarefa impossível.
Ou será que não? É que o século XXI fez surgir um modelo robotizado de digitalização. Existem até vários processos mais ou menos automáticos, mas digitalizar 3000 páginas numa hora implica muito trabalho mecânico! Sim três mil!
A Google patenteou (em Novembro de 2009 e representado na foto) um sistema de digitalização com reconhecimento de padrões projectados no livro de forma a se poder efectuar a correcção da curvatura dos livros. A industrialização chegou ao mundo da digitalização e é como ver um sistema de enchimento de garrafas... ou qualquer outra tarefa totalmente mecanizada.
Também existe trabalho manual na digitalização, e a Índia tem sido um dos grandes centros de digitalização. Se Portugal deu novos mundos ao mundo, a Índia tem dado muitas páginas digitais ao mundo. O modelo de digitalização da Google não foi ainda revelado (oferta de um doce pelo vídeo!).
Algumas notícias apontam que algum do trabalho actual foi feito por um sistema desta empresa:
(Vale a pena ver todo a explicação do processo)
Naturalmente existem vários sistemas mecânicos de digitalização e mudança automática de página, e como estamos habituados a pensar em digitalizações de secretária com um scanner lento e páginas contra um vidro... aqui fica mais um exemplo de uma máquina que funciona fora dos conceitos tradicionais:
Os copistas medievais encontraram um sucessor à altura, pois já não existe apenas a quantidade mas também a qualidade: veja como um livro do séc XVI pode ser digitalizado num abrir e fechar de olhos
Esta é a salvação não só dos universitários mas agora de toda a humanidade. Não é tão chique dizer isto como falar mal de escapes de automóveis, CFC, etc, mas um livro em papel é um atentado ecológico.
Só será possível massificar a leitura de forma sustentada com livros digitais. E assim não só as universidades mas todos podem começar a ter acesso aos documentos a partir de casa.
Agora restam dois problemas: como massificar o uso da Internet a nível mundial?
E um ainda de solução mais difícil: os editores de países como Portugal deixarem-se de provincianismos e começarem a publicar electronicamente os livros que editaram com recurso ao computador. É que o trabalho está feito, não é preciso digitalizar, muitos estão esgotados e não vão ser reeditados... só falta mesmo publicar electronicamente. Ou será que teremos dizer como o outro... "não gostas de dinheiro"?
Fonte parcial: http://scitedaily.com/googles-book-scanning-technology-revealed/
Na Roma clássica os escravos amanuenses (do latim amanuensis, da expressão latina "ab manu" - à mão)
A Europa medieval fez surgir um modelo de oficinas de copistas em grandes bibliotecas em mosteiros e assente na cópia manual: os monges copistas produziram cópias do saber enciclopédico, permitindo-se embelezar o texto ao gosto da carteira do destinatário mas também a escrever com abreviaturas pois o tempo era tudo. os Os erros em cópias eram dramáticos e os estudiosos da época apreciam cada um destes detalhes pois muitas vezes levaram a interpretações diferentes do texto. Claro que nas universidades o sistema foi ideal para estudantes com baixos rendimentos, os sucessores dos monges.
O século XV de Gutenberg trouxe a mecanização à cópia, e a imprensa dominou os séculos seguintes. O preço desceu mas a edição continuou cara. A sorte é que poucos sabiam ler!Certo que existiam alguns sistemas de impressão baratos, embora de má qualidade... e nas universidades nasceram as Sebentas!
Em 1938 Chester Carlson inventa a fotocopiadora eléctrica que utiliza um processo que será baptizado de xerografia pela Xerox (uma página... 45 segundos!). As fotocopiadoras do século XX disponibilizaram um processo barato mas de baixa qualidade, para além de serem destrutivas do próprio original... e obrigavam a utilizar mais papel.
E mais uma vez as fotocópias foram a salvação dos universitários que assim puderam estudar fora das bibliotecas e validar um novo conceito: massificação do ensino.
Os scanners de computador vieram trazer a independência face ao papel mas eram lentos e com baixos resultados em livros que sempre apresentam uma curvatura no centro. E virar folhas?! Em termos práticos não foram de grande utilidade para a digitalização.
Digitalizar livros que não foram feitos para facilitar essa tarefa, livros com tamanhos e formatos diferentes, com curvaturas ao abrir, livros frágeis e com papel de cores amareladas parece uma tarefa impossível.
Ou será que não? É que o século XXI fez surgir um modelo robotizado de digitalização. Existem até vários processos mais ou menos automáticos, mas digitalizar 3000 páginas numa hora implica muito trabalho mecânico! Sim três mil!
A Google patenteou (em Novembro de 2009 e representado na foto) um sistema de digitalização com reconhecimento de padrões projectados no livro de forma a se poder efectuar a correcção da curvatura dos livros. A industrialização chegou ao mundo da digitalização e é como ver um sistema de enchimento de garrafas... ou qualquer outra tarefa totalmente mecanizada.
Também existe trabalho manual na digitalização, e a Índia tem sido um dos grandes centros de digitalização. Se Portugal deu novos mundos ao mundo, a Índia tem dado muitas páginas digitais ao mundo. O modelo de digitalização da Google não foi ainda revelado (oferta de um doce pelo vídeo!).
Algumas notícias apontam que algum do trabalho actual foi feito por um sistema desta empresa:
(Vale a pena ver todo a explicação do processo)
Naturalmente existem vários sistemas mecânicos de digitalização e mudança automática de página, e como estamos habituados a pensar em digitalizações de secretária com um scanner lento e páginas contra um vidro... aqui fica mais um exemplo de uma máquina que funciona fora dos conceitos tradicionais:
Os copistas medievais encontraram um sucessor à altura, pois já não existe apenas a quantidade mas também a qualidade: veja como um livro do séc XVI pode ser digitalizado num abrir e fechar de olhos
Esta é a salvação não só dos universitários mas agora de toda a humanidade. Não é tão chique dizer isto como falar mal de escapes de automóveis, CFC, etc, mas um livro em papel é um atentado ecológico.
Só será possível massificar a leitura de forma sustentada com livros digitais. E assim não só as universidades mas todos podem começar a ter acesso aos documentos a partir de casa.
Agora restam dois problemas: como massificar o uso da Internet a nível mundial?
E um ainda de solução mais difícil: os editores de países como Portugal deixarem-se de provincianismos e começarem a publicar electronicamente os livros que editaram com recurso ao computador. É que o trabalho está feito, não é preciso digitalizar, muitos estão esgotados e não vão ser reeditados... só falta mesmo publicar electronicamente. Ou será que teremos dizer como o outro... "não gostas de dinheiro"?
Fonte parcial: http://scitedaily.com/googles-book-scanning-technology-revealed/
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